sexta-feira, 15 de dezembro de 2017

Os sete pecados da Ferrari em 2017


Ferrari ficou abaixo das expectativas em 2017. Foto: Laszlo Balogh/Reuters.


Antes do início da temporada muito se esperava da equipe italiana. A expectativa era de que a Mercedes finalmente tivesse um rival à altura pelo título. De fato, a Ferrari deu um grande salto neste ano se comparado com 2016, no qual a equipe amargou um terceiro lugar no campeonato somando apenas 398 pontos e 11 pódios. Este ano a equipe de Maranello conquistou o vice-campeonato com 522 pontos, 20 pódios, sendo cinco deles no lugar mais alto com Sebastian Vettel.

O começo foi promissor, com o alemão vencendo a primeira corrida do ano em Melbourne, na Austrália. Além disso, Vettel ganhou três das seis primeiras provas em 2017 (Austrália, Bahrein e Mônaco) e liderou o campeonato até o Grande Prêmio da Itália, 13ª etapa do calendário. Mas com o decorrer do ano, a escuderia italiana demonstrou falta de fôlego e pecou na consistência, ponto forte da rival Mercedes. Os alemães deixaram de completar uma corrida apenas, com Bottas na Espanha, por conta de uma rara falha na unidade de potência. Já a Ferrari, teve quatro abandonos no ano, três deles por acidentes de corrida.

Abaixo segue uma lista de sete pontos em que a Ferrari deixou a desejar no ano de 2017 e que impediu a equipe de brigar de igual pra igual com a Mercedes pelos campeonatos de pilotos e construtores. 

1 Falta de confiabilidade em momentos cruciais

Kimi Raikkonen abandonou antes da largada do GP da Malásia. Foto: AutoSport.

Confiabilidade é palavra que mais se encaixa no vocabulário da Mercedes nesta temporada e um aspecto fundamental para uma equipe que almeja títulos. Analisando a temporada, apenas em uma ocasião a Ferrari abandonou a corrida com problemas. No Japão, Sebastian Vettel abandonou a prova logo no início por conta de uma falha de vela de ignição, fato que deixou o alemão mais distante do sonho de ser campeão, com Hamilton abrindo 49 pontos de vantagem faltando apenas quatro etapas para o fim da temporada. 

Na etapa anterior, na Malásia, Vettel sequer passou do Q1 por problemas no turbo e largou em último. Apesar de ter terminado em um ótimo quarto lugar, o alemão teria grande chance de vencer a corrida, já que a Mercedes não fez uma boa prova, com Hamilton terminando em segundo e a vitória ficando com Max Verstappen, da RBR. Pior do que a situação de Vettel foi o problema no motor de Kimi Raikkonen logo que saiu dos boxes. O finlandês sequer conseguiu largar em Sepang. 

2 (Mais uma) temporada morna do Homem de Gelo

O finlandês demonstrou mais uma vez que está um nível abaixo de seu companheiro de equipe e pouco fez durante a temporada. Quando o assunto são as largadas, Raikkonen foi batido facilmente por Vettel, largando atrás do alemão em 15 das 20 corridas da temporada. Além disso, o Homem de Gelo terminou o campeonato na quarta colocação, com 205 pontos contra os 317 de seu colega.

Para escancarar ainda mais a diferença entre os dois, Kimi obteve apenas dois segundos lugares como melhor resultado (Mônaco e Hungria), enquanto Sebastian conquistou as cinco vitórias da Ferrari no ano. Comparando os números com o outro finlandês do grid, o campeão de 2007 fez 100 pontos a menos do que Valtteri Bottas, da Mercedes, e ficou uma posição abaixo na tabela.

3 O emocional de Sebastian Vettel 


Acidente em Cingapura arruinou as chances de título de Vettel. Foto: AP Photo/Yong Teck Lim
A temporada terminou com um sabor amargo para o tetracampeão, que liderou o campeonato durante 12 provas e só foi perder o posto, de maneira irônica, no Grande Prêmio da Itália. Que a Mercedes teve um carro superior levando em conta toda a temporada, não há dúvidas, mas Sebastian não teve controle emocional em momentos do campeonato que lhe custaram pontos preciosos. O primeiro episódio ocorreu no incrível (e maluco) Grande Prêmio do Azerbaijão. Irritado com a freada brusca de Lewis Hamilton quando o safety car estava na pista, Vettel jogou sua Ferrari deliberadamente pra cima da Mercedes de Hamilton. Punido, o alemão terminou a prova em quarto, uma posição acima do inglês, quando poderia facilmente ter vencido. 

Em Cingapura tudo corria muito bem para Vettel até a largada. Com a pole position conquistada no sábado e com as Mercedes largando na terceira fila, o alemão tinha tudo para fazer uma prova tranquila, já que as características da pista favoreciam o carro dos italianos. Na ânsia de fechar Max Verstappen, que largou bem em segundo, o alemão provocou um acidente que tirou os dois da prova, além de seu companheiro de equipe, Kimi Raikkonen. A vitória caiu no colo de Lewis Hamilton e Valtteri Bottas completou o pódio em terceiro. Um desastre para a Ferrari e para Vettel, que começou a perder o campeonato naquela corrida.

4 Classificações


Vettel fez a pole position no GP da Hungria. Foto: Aandrej Isakovic / AFP
Largar na frente dos rivais com regularidade é imprescindível para uma disputa de campeonato, principalmente quando o adversário tem a consistência e a confiabilidade como pontos fortes. Ficou claro nesta temporada que a Ferrari se comportava melhor em ritmo de corrida do que em voltas lançadas. Os italianos fizeram apenas cinco poles durante o ano (4 de Vettel e 1 de Raikkonen) contra 15 dos alemães (11 de Hamilton e 4 de Bottas). Ou seja, o principal piloto ferrarista teve o mesmo número de poles do segundo piloto da Mercedes. É muito pouco para uma equipe que deseja conquistar a primeira colocação do campeonato mundial.

Um fato importante a se ressaltar, todas as poles da equipe foram anotadas em circuitos de baixa e média velocidade, onde o carro da Ferrari geralmente se saiu melhor também nas corridas: Rússia, Mônaco, Hungria, Cingapura e México.

5 Baixo desempenho em pistas de alta velocidade

Como destacado no ponto anterior, os melhores resultados de largada da equipe italiana foram conseguidos em pistas com velocidades baixas e médias. O carro da Ferrari não teve um desempenho à altura da Mercedes nas pistas rápidas. Analisando as cinco vitórias de Vettel no ano, com exceção do Bahrein, quatro delas foram em circuitos com baixas médias de velocidade: Austrália, Mônaco, Hungria e Brasil. Esse será um ponto em que os engenheiros da Ferrari terão de trabalhar para o próximo ano se o time quiser desbancar a Mercedes no campeonato.

6 Queda de produção durante a temporada

A Ferrari começou a temporada de 2017 surpreendendo, com Vettel ganhando três das primeiras seis provas do ano, inclusive a corrida de abertura, na Austrália. No entanto, a escuderia italiana perdeu a consistência do início do campeonato logo após a dobradinha de Mônaco. Antes da vitória seguinte de Vettel na Hungria, foram disputadas quatro provas: Canadá, Azerbaijão, Áustria e Grã-Bretanha. Nesse período, o melhor resultado da Ferrari foi um segundo lugar do alemão na Áustria. 

Outro período difícil para os italianos na temporada foi nas etapas de Cingapura, Malásia e Japão. Essas corridas foram definitivas para que Sebastian Vettel perdesse Lewis Hamilton de vista no campeonato. O alemão abandonou em Cingapura e no Japão, além de ter conquistado apenas um quarto lugar na Malásia. Ao passo que Lewis Hamilton venceu em Cingapura e no Japão, além de ter sido segundo na Malásia. Já Kimi Raikkonen abandonou em Cingapura, sequer largou na Malásia e terminou em quinto no Japão. 

7 Falta de experiência do corpo técnico


O diretor técnico da Ferrari, Mattia Binotto. Foto: Marco Canoniero/LightRocket via Getty Images
Com a saída de James Allisson (hoje na Mercedes) no ano passado, o presidente da Ferrari, Sergio Marchionne, elegeu Mattia Binotto para assumir a direção técnica da equipe neste ano. Antes responsável pela parte administrativa dos motores, Binotto não tinha experiência na Fórmula 1 como diretor, assim como outros profissionais que ocuparam cargos importantes na área técnica da equipe como Simone Resta (projetista chefe) e Enrico Cardille (aerodinâmica).

O SF70H deste ano foi um projeto iniciado por Allison e Dirk de Beer, hoje chefe de aerodinâmica da Williams. Por isso houve o espanto quanto ao bom desempenho da Ferrari na pré-temporada. Mas com o decorrer do campeonato, os engenheiros italianos inexperientes na Fórmula 1 não souberam potencializar as características do projeto original.

Esses foram alguns dos principais pontos em que a Ferrari falhou durante a temporada. Em 2018, mais do que nunca, a palavra-chave deverá ser confiabilidade, já que o limite de motores permitido por carro será de apenas três. Após isso, a troca de componentes acarretará em punições. Além de construir um carro rápido, a equipe precisa analisar com muita atenção os erros cometidos para minimizá-los no próximo ano e poder brigar com a Mercedes.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Após acidente na Malásia, Vettel precisa de tranquilidade e sorte para recuperar boa fase no Japão

   Sebastian Vettel tem tido uma vida difícil nessa segunda parte da temporada. O acidente que envolveu Max Verstappen e quase acabou com a corrida de Nico Rosberg mostra uma afobação de quem se vê acuado pelo mau momento de sua equipe. Os italianos perderam o segundo lugar no campeonato de construtores para a Red Bull e quem apostava em uma Ferrari fazendo frente à Mercedes neste ano, teve uma grande decepção. Os austríacos estão em constante crescimento e ocupam esse papel de colocar pressão nos alemães. 



    Vettel acerta Rosberg na largada do GP da Malásia. Foto: AP

   
   
   Os pódios da primeira metade da temporada estão cada vez mais escassos para Vettel e seu companheiros de equipe, Kimi Raikkonen. Nas últimas oito etapas, os ferraristas subiram ao pódio apenas duas vezes, com os terceiros lugares de Raikkonen e Vettel, na Áustria e Itália respectivamente. No mesmo espaço de tempo, a Red Bull conquistou nove pódios, dentre eles, a dobradinha feita na última etapa no GP da Malásia, com vitória de Daniel Ricciardo. Já são 46 pontos de diferença entre ferraristas e taurinos (359 contra 313). Ocupando a quinta posição na tabela de pilotos com 153 pontos, Vettel está atrás de Raikkonen, que possui 160, e vê pelo retrovisor a chegada de Max Verstappen, que soma 147. 

   A falta de sorte também tem acompanhado o tetracampeão nesta temporada. No Bahrein, um problema no motor na volta de aquecimento impediu que a Ferrari #5 alinhasse no grid de largada. Na Rússia, uma pancada de Daniil Kvyat, ainda pilotando pelos energéticos, deu fim à prova do alemão logo no início. Já na Áustria, o pneu traseiro direito estourou na reta principal do circuito. Em 2015, Vettel só não completou o GP do México por conta de uma batida na volta 52. Ano passado, após 16 etapas, o tedesco já tinha 251 pontos e três vitórias.
   
   O momento atual não é nada satisfatório em virtude do desempenho discreto do SF16-H. Para voltar a conquistar bons resultados, o que se espera são atuações como a que foi vista no GP de Singapura, em que o alemão largou de 22º por conta da troca de câmbio e motor, fazendo uma brilhante corrida de recuperação, terminando em quinto e sendo eleito o piloto do dia pelos fãs no site oficial da Fórmula 1. 

  Alemão busca voltar a marcar bons pontos depois de batida na última etapa. Foto: Andrej Isakovic/AFP/Tetty Images

   

   Não fosse o acidente em Sepang, Vettel poderia ter brigado pela vitória com as Red Bull, e no mínimo, ter garantido mais um pódio no circuito malaio (até agora são seis). O alemão precisa retomar a grande fase que viveu na temporada passada para tentar, pelo menos, uma vitória nas seis etapas que restam da temporada. A primeira oportunidade para isso será o GP do Japão, em Suzuka, nesse domingo às 2h. Para isso, é preciso se concentrar em fazer o melhor, ter calma e contar com a sorte. Sem afobação, Seb.

domingo, 2 de outubro de 2016

Momento de incertezas para Williams e Bottas

A temporada 2016 está chegando ao fim e vários pilotos estão decidindo os rumos de suas carreiras para o próximo ano. De saída estão Jenson Button - que vai tirar um ano sabático - e Felipe Massa, que dará adeus à Fórmula 1. Com a aposentadoria de Massa, o recém-campeão da Fórmula 3 Europeia, o jovem canadense Lance Stroll, deve assumir o posto de titular da Williams. A outra vaga ainda está em aberto pois a renovação de Valtteri Bottas ainda não foi confirmada de forma oficial, apesar de alguns veículos darem como certa a negociação.

Ao que tudo indica, o finlandês deve permanecer mesmo em Grove, já que não há uma opção mais atrativa do que a equipe britânica. Do mesmo modo, não há nenhum piloto com bagagem dando sopa para assumir o cockpit da Williams. O sonho de consumo era Button, mas ele estará sob contrato com a McLaren, apesar de não alinhar no grid do próximo ano.

                                Bottas ocupa a 7ª posição no Mundial de Pilotos

Nesse cenário, é importante observarmos que o próximo ano será de fundamental importância para o futuro da equipeWilliams. As mudanças no regulamento podem fazer com que a equipe volte a amargar tempos difíceis. Os resultados desta temporada já têm sido muito decepcionantes. Além de não conseguir fazer frente a Ferrari e Red Bull, a Williams vê o quarto lugar no Mundial de Construtores seriamente ameaçado pela Force India - no momento os indianos possuem 124 pontos contra 121 dos ingleses -, que possui uma dupla de pilotos fortíssima e um carro que está em constante desenvolvimento.

Com a saída de Felipe Massa, tudo leva a crer que Valtteri Bottas será o "cara" da Williams no ano que vem. Apesar de sempre ter ficado na frente do brasileiro constantemente nesse período em que foram companheiros de equipe, Bottas não tem a experiência de Massa, algo fundamental em uma fase de mudanças drásticas no regulamento como as que serão feitas. Pneus e asas sofrerão modificações que terão um forte impacto nos carros de 2017. O tempo dirá se Valtteri será capaz de corresponder como líder e alavancar do time no próximo ano.

A Williams precisa abrir o olho se quiser tentar voltar a brigar pelas primeiras posições na próxima temporada. Equipes como Renault, Toro Rosso e McLaren mostram que podem avançar de forma significativa e ameaçar o time de Grove. Valtteri Bottas tem de provar novamente seu talento. O piloto que chamou a atenção das grandes equipes em 2014 está sendo muito prejudicado pelo fraco desempenho do carro deste ano e a situação poderá se agravar ainda mais em 2017 com a "nova Fórmula 1" que está por vir. O sentimento em relação ao futuro é de incógnita, tanto para a Williams quanto para Bottas.

                                          Williams mostra desempenho bem abaixo em relação aos últimos dois anos

sábado, 9 de abril de 2016

Pé no freio!


É inegável a grande transformação pela qual passou a Williams com o início da nova “Era Turbo” da Fórmula-1.  Em 2013 a equipe marcou apenas cinco pontos durante toda a temporada e amargou a nona colocação no campeonato de construtores, terminando na frente apenas das nanicas Caterham e Marussia.

Com a inserção dos motores turbo no lugar dos aspirados e uma faxina geral no quadro de funcionários, a Williams deu um salto gigantesco de performance, conquistou pódios com certa regularidade e terminou as últimas duas temporadas na terceira colocação da tabela. Contando com a forte unidade de potência desenvolvida pela Mercedes, o time liderado por Pat Symonds voltou a lutar pelas primeiras posições nas corridas.

No entanto, ficou claro desde 2014, o primeiro ano dessa nova fase na história da Williams, que o carro tinha problemas na parte aerodinâmica. O carro sofria muito nas pistas de baixa velocidade, em situações de asfalto molhado então, era um desastre total. Hoje fica mais claro que a esquadra de Grove não conseguiu acompanhar o desenvolvimento de equipes como Red Bull, Ferrari e até Toro Rosso. O motor da fabricante alemã já não faz tanta diferença assim e as equipes do escalão intermediário já estão incomodando.

A palavra que resume o atual momento da Williams é decepção. Esperava-se que os ingleses pelo menos encostassem um pouco no ritmo da Ferrari, mas o que se está vendo é um retrocesso. Tanto é que o próprio diretor da equipe, Rob Smedley, admite que esperava mais nesse começo de temporada. “Foi desapontador, já que não estamos nem perto de onde deveríamos estar. Temos muito trabalho pela frente e precisamos levantar a cabeça para enfrentar esse desafio”.

Foram disputadas apenas duas corridas nessa temporada, mas esse início de campeonato indica que uma vitória para a equipe inglesa é um sonho muito difícil de ser conquistado, mais do que nos últimos dois anos. O finlandês Valtteri Bottas mostra certa descrença em um triunfo nesse ano. “Não quero dizer que é impossível (vencer), mas neste momento é muito difícil. Enquanto a temporada se desenrola, vamos ver como a gente se desenvolve e o quão próximo podemos chegar”.

E não foram apenas as deficiências do carro em si que complicaram a vida da equipe. Os pit stops  eram lentos demais e prejudicaram os pilotos em muitos momentos. A equipe diagnosticou o problema e o solucionou. A razão da demora nas paradas era o cubo das rodas, que dilatava com o calor e dificultava o encaixe da pistola. No GP da Austrália desse ano, no entanto, a Williams fez o pit stop mais rápido da corrida, em 2.35 segundos. Mas os perrengues fora da pista não param por aí.

A tomada de decisões do time em relação às estratégias talvez seja a maior fraqueza da equipe nessas últimas temporadas. A escolha da estratégia de pneus no GP do Bahrein fez com que Felipe Massa passasse por uma situação que chegou a ser patética, sendo ultrapassado com enorme facilidade. O piloto brasileiro chegou a estar na segunda colocação no começo da corrida e terminou apenas em nono lugar. Simplesmente não fazia o menor sentido andar com os pneus mais lentos durante quase todo o tempo apenas para fazer uma parada a menos. Ainda mais se tratando de um circuito extremamente veloz como o de Sakhir.

Com a nova regra dando mais liberdade para os pilotos escolherem os pneus que irão utilizar durante o final de semana, aqueles que contarem com uma boa estratégia irão largar na frente. Mas quem errar na mão levará um grande prejuízo, como vimos acontecer com a Williams na última corrida.

Se a equipe inglesa quiser voltar a brigar com constância na ponta do grid, será necessário melhorar a eficiência aerodinâmica do carro e o plano estratégico das corridas. Imaginava-se antes do início da temporada que a escuderia de Frank Williams pudesse incomodar a Ferrari e até mesmo a Mercedes em algumas ocasiões, mas parece que a equipe parou no tempo. E para piorar a situação, quem antes estava andando atrás está avançando a todo vapor.


sexta-feira, 1 de abril de 2016

O adeus do samurai?



Muito se falou sobre uma nova hegemonia da McLaren após o anúncio da parceria com a Honda. As imagens das vitórias de Senna e Prost com o carro vermelho e branco voltaram no imaginário do universo da Fórmula-1. Mas o que se viu no ano passado foi algo bem diferente de troféus e glórias para a equipe de Woking. Apesar de ter demonstrado melhoras significativas, não dá para esperar muita da McLaren esse ano também.

A grande pergunta a ser feita neste momento é quando a equipe terá condições de voltar a brigar por vitórias e disputar títulos. E não tem ninguém mais interessado na resposta pra essa pergunta do que Fernando Alonso. O espanhol deixou a Ferrari no final de 2014 em busca de um carro que pudesse lhe dar condições para alcançar o tão sonhado tricampeonato. Que o asturiano é apaixonado pelo que faz e possui um talento gigantesco, não há dúvidas. Porém, até quando ele irá esperar pelo salto de qualidade da McLaren-Honda?

Com 34 anos de idade e dois acidentes graves nos últimos dois anos, não seria espantoso se Alonso decidisse fazer as malas e se despedir da Fórmula-1. Talvez o grande fator que pode contribuir para a permanência do espanhol na categoria seja as mudanças no regulamento em 2017, que poderão dar uma mexida no atual cenário de força das equipes.

Apesar de declarar em diversas ocasiões que acredita plenamente no sucesso do projeto McLaren-Honda e dizer que sua escuderia é a única capaz de bater a Mercedes, Alonso parece estar cansado de nadar a duras braçadas e morrer na praia. Pode ser que esse projeto dê muito certo, mas não há sinal algum que isso irá ocorrer tão cedo.

É uma lástima muito grande ver um piloto com o talento que possui Fernando Alonso brigar por posições no meio do pelotão quando poderia muito bem estar disputando títulos com uma equipe de ponta. Mas vale ressaltar que a decisão de romper com a Ferrari partiu do espanhol, escolha essa que se mostra errônea até o momento, haja visto o desempenhos dos italianos na última temporada e o perrengue que os ingleses estão enfrentando.

Gostaria muito de saber o está se passando na cabeça de Fernando Alonso nessa altura do campeonato. Será que o bicampeão já se cansou de lutar e está deixando o campo de batalha em que venceu várias guerras ou esse aparente conformismo é apenas a tranquilidade de saber que sua hora irá chegar?

domingo, 9 de novembro de 2014

De arrepiar


O Grande Prêmio do Brasil foi recheado de emoção do começo ao fim. Já na largada havia uma grande apreensão por conta da briga pela ponta. Nico Rosberg largou na pole e conseguiu manter o seu companheiro e líder do campeonato, Lewis Hamilton, na segunda colocação. Felipe Massa fez uma boa largada e se manteve na terceira posição.

O grande dilema da corrida foi o forte desgaste dos pneus por conta da alta temperatura da pista, o que serviu para dar mais emoção ainda na corrida. Muitos pilotos sofreram com bolhas nos pneus, principalmente no dianteiro direito. Na primeira parada, Massa ultrapassou o limite de velocidade dos boxes ao se atrapalhar com o botão do limitador e tomou 5 segundos de punição ao parar para a segunda troca. Porém o brasileiro manteve sua posição, pois seu companheiro de equipe, Valtteri Bottas, perdeu tempo em sua parada para ajeitar o cinto de segurança, que havia se soltado.

Rosberg se manteve muito regular durante toda a corrida e não teve problemas para cruzar a linha de chegada em primeiro. Antes de fazer sua segunda parada nos boxes, Hamilton errou a freada na Curva do Sol e escapou da pista, fazendo com que o alemão abrisse vantagem na liderança. No entanto, o inglês pisou fundo no acelerador e conseguiu tirar a desvantagem de 7 segundos no fim da prova, mas foi cauteloso preferindo não atacar seu companheiro de equipe, garantindo a segunda colocação na corrida.



Em sua terceira parada Felipe Massa protagonizou uma cena um tanto cômica. O brasileiro se confundiu e já ia parando nos boxes da McLaren, porém percebeu logo o erro e fez sua troca de pneus normalmente. Felizmente esse foi outro erro que não custou caro ao brasileiro, pois Jenson Button que estava em quarto parou na mesma volta e não tirou vantagem do erro de Massa, que conseguiu se garantir na terceira colocação até o fim da prova.




No fim, Nico Rosberg conseguiu sua quinta vitória no campeonato e mais do que isso, ganhou um fôlego a mais para a última etapa do campeonato, nos Emirados Árabes. Lewis Hamilton pagou o preço do seu erro e terminou em segundo, o que não é nenhum desastre já que ele continua na liderança do campeonato e precisa apenas de um segundo lugar em Yas Marina para conquistar seu bicampeonato.




O GP do Brasil certamente foi o mais bacana da temporada. Apesar de o título ser decidido na última corrida, Interlagos contou com uma torcida alucinada que não se vê em qualquer outro autódromo no mundo. A torcida comemorou o terceiro lugar de Felipe Massa como uma grande vitória e o apoio foi gigantesco em todo o final de semana. Agora vamos para a etapa decisiva do campeonato, que promete muita emoção pois os pontos valem dobrados. Hamilton necessita de um segundo lugar para ser campeão e Nico precisa de vencer e torcer para o inglês não chegar em segundo. Para os brasileiros o pódio de Massa deixa um gosto especial e uma esperança em relação ao próximo campeonato, porque ao que tudo indica, a Williams vai estar mais forte ainda no ano que vem e o Brasil será representado por mais um Felipe, o Nasr, que será piloto titular da Sauber. Vamos aguardar e torcer para que o GP Brasil do ano que vem seja ainda mais emocionante e feliz para os brasileiros!

quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Tudo pelo tri



Piloto da Ferrari desde 2010, Fernando Alonso mantém o sonho de conquistar pela terceira vez o título de campeão mundial de Fórmula 1, igualando-se à lendas do automobilismo como Ayrton Senna, Nelson Piquet, Niki Lauda, Jack Brabham e Jackie Stewart. Porém, o asturiano não obteve o sucesso esperado na escuderia italiana, na qual disputou cinco temporadas, contando com a atual. Bicampeão com a Renault em 2005 e 2006, o espanhol conquistou três vice-campeonatos pela Ferrari: 2010, 2012 e 2013, sendo que nas temporadas de 2010 e 2012, disputou o título até a última corrida do campeonato.

Apesar de ter conquistado o vice-campeonato, a última temporada foi um desastre para Alonso, que venceu apenas duas corridas no ano, China e Espanha, ambas na primeira metade temporada, o que demostrou a fragilidade da Ferrari no desenvolvimento de seu carro ao longo do campeonato. Em contrapartida, Sebastian Vettel conquistou o título subindo treze vezes no lugar mais alto do pódio, com nove vitórias nas últimas nove provas da temporada.

A temporada atual está sendo a pior da Ferrari desde que o espanhol chegou à equipe. Os italianos brigam com a Williams pelo quarto lugar no campeonato de construtores e o melhor resultado da temporada foi o segundo lugar de Alonso no Grande Prêmio da Hungria. E o cenário para o futuro não é dos mais animadores. Marco Mattiacci, chefe da Ferrari, disse que a equipe possui um projeto de reestruturação de três anos para voltar a vencer, mas Fernando Alonso já está com 33 anos de idade e parece não ter mais paciência para esperar pelo tão aguardado terceiro título de campeão mundial na equipe italiana.

Os rumores indicam que o espanhol deve se transferir para a McLaren na próxima temporada, que contará com os motores da Honda, combinação que fez muito sucesso no passado com Ayrton Senna e Alain Prost na escuderia inglesa. Outro rumor defende que Alonso estava sondando a Mercedes em busca de uma troca com o inglês Lewis Hamilton, o que teria deixado os dirigentes da Ferrari muito incomodados a ponto de decidirem romper com o bicampeão. No entanto, esse último rumor parece não ter fundamento pois Hamilton tem contrato até o fim do ano que vem e não há motivos para sair da equipe alemã nessa temporada. O brasileiro Felipe Massa deu uma declaração afirmando que a vontade do espanhol é mesmo se transferir para a Mercedes, assim, Alonso usaria a temporada de 2015 na McLaren como uma ponte para se transferir no ano seguinte, rumo à equipe alemã.

O fato é que Fernando Alonso está mesmo decidido a fazer de tudo para estar no melhor carro do grid com o objetivo de conquistar o seu tricampeonato. Nos anos de Ferrari o espanhol nunca teve um carro suficientemente bom para conquistar o título e os bons resultados conquistados nos últimos anos foram em decorrência muito mais de sua habilidade como piloto do que pelo trabalho da equipe. O que resta agora é aguardar para ver qual será o destino de Alonso e se a sua próxima equipe irá oferecer um carro à altura do seu talento.