sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Resumo dos Testes em Jerez de la Frontera

Os testes de pré-temporada em Jerez de la Frontera na Espanha tiveram fim nessa sexta-feira. Não é possível tirar muitas conclusões e nem cravar nada tomando por base esses quatro dias de testes, até porque ainda teremos mais duas sessões de testes no Bahrein. Porém, deu para fazer algumas observações muito relevantes dos novos carros dessa temporada.

Começando pela atual campeã RBR. A equipe de Sebastian Vettel praticamente não andou nos quatro dias de testes em razão de problemas no acerto do motor Renault, que tem dado problema para todas as equipes que utilizam os propulsores da marca francesa e também sofreu com superaquecimento (os mecânicos até improvisaram um furo na carenagem afim de tentar diminuir a temperatura do carro, sem sucesso). Assim, a equipe austríaca voltou mais cedo para casa com o intuito de solucionar os problemas no novo RB10. A verdade é que esses primeiros dias de testes se tornaram uma grande dor de cabeça já de cara para a atual tetra-campeã. Coirmã da RBR, a STR que também utiliza os motores Renault também sofreu com algumas quebras e andou pouco em Jerez.

As duas nanicas do grid, Caterham e Marussia, não apresentaram nada de significativo nesses primeiros testes. O que dá para notar é que a equipe russa, que nessa temporada vai correr empurrada pelo motor Ferrari, parece estar um passo na frente da Caterham, que também corre com motor Renault. Mas essa briga das nanicas vai ser muito boa. A Marussia tem um carro melhor, mas a Caterham contratou Kamui Kobayashi para ser o seu piloto número um e trazer mais experiência. Pra quem gosta de velocidade, o japonês proporciona grandes momentos andando de lado com o carro nas curvas e fazendo belas ultrapassagens.

Nas equipes medianas, a Force Índia surpreendeu marcando bons tempos durante os treinos. A equipe indiana utiliza o motor Mercedes que se mostra muito mais eficiente do que os outros motores, tanto na velocidade quanto na confiabilidade, que será muito importante nessa temporada especialmente. Já a Sauber, que corre de motor Ferrari, foi bem discreta durante os treinos, porém nesse último dia a equipe suíça conseguiu dar um bom número de voltas na pista em comparação com os primeiros dias em que sofreu algumas quebras.

A Mercedes utilizou seus dois pilotos nesse último dia de testes na Espanha. Nico Rosberg guiou pela manhã, Lewis Hamilton guiou na parte da tarde. O fato é que a equipe alemã não conseguiu excelentes tempos, porém como disse Lewis Hamilton, o objetivo não era andar muito rápido e sim dar muitas voltas para testar o carro. Já a McLaren parece se recuperar da "zica" que a assombrava na última temporada e marcou bons tempos, principalmente com o estreante Kevin Magnussen. A Ferrari é outra equipe que parece estar no rumo certo e conseguiu andar rápido com Fernando Alonso, porque Kimi Raikkonen sofreu com problemas nos dois primeiros dias de teste.

Uma boa notícia para os brasileiros é que Felipe Massa andou muito bem nos dois dias de teste em que ele guiou o novo FW36 da Williams. O brasileiro fez o segundo melhor tempo nos treinos de ontem e marcou o melhor tempo nessa sexta-feira.




Confira os tempos do último dia de testes em Jerez de la Frontera:

1) Felipe Massa (Williams-Mercedes) 1m28s229, 86 voltas
2) Fernando Alonso (Ferrari) 1m29s145, 115 voltas
3) Daniel Juncadella (Force India-Mercedes) 1m29s457, 81 voltas
4) Kevin Magnussen (McLaren-Mercedes) 1m30s806, 110 voltas
5) Lewis Hamilton (Mercedes) 1m30s822, 41 voltas
6) Jules Bianchi (Marussia-Ferrari) 1m32s222, 25 voltas
7) Adrian Sutil (Sauber-Ferrari) 1m36s571, 69 voltas
8) Nico Rosberg (Mercedes-Mercedes) 1m36s951, 91 voltas
9) Kamui Kobayashi (Caterham-Renault) 1m43s193, 54 voltas
10) Daniil Kvyat (STR-Renault) 1m44s016, 9 voltas
11) Daniel Ricciardo (RBR-Renault) 1m45s374, 7 voltas

                                                                                                                                                                   


P.S.: Muita gente pode estranhar ao ver o carro da Williams todo pintado de azul escuro e sem patrocínio. A notícia que vem sendo vinculada na imprensa é que a equipe de Felipe Massa está acertando um contrato com a fabricante de bebidas Martini, que irá completar 150 anos de existência. Se isso realmente ocorrer, não será a primeira vez que a fabricante de bebidas patrocina um carro de Fórmula 1. Na década de 70 a Martini patrocinou a Brabham, equipe em que corria o piloto brasileiro José Carlos Pace, que dá nome ao autódromo de Interlagos.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

A Nova Fórmula 1

A pré-temporada de 2014 da Fórmula 1 começou nessa terça-feira, (28) com os treinos no circuito de Jerez de la Frontera, na Espanha. Como era de se esperar, algumas novidades foram apresentadas nesses primeiros dias de teste - que serão encerrados nesta sexta (31).

O regulamento para essa temporada foi fortemente modificado, a começar pela substituição dos motores V8 de 2.4 litros aspirados pelos motores V6 turbo de 1.6 litros. Outra grande modificação é a diminuição da altura dos bicos em relação ao solo, que antes era de 550 mm e com o novo regulamento passa para 180 mm.

Muitas modificações no regulamento da Fórmula 1 são muito questionáveis, porém as modificações para esse ano têm fundamento. A substituição dos motores aspirados pelos motores turbo faz parte de várias ideias para tornar a Fórmula 1 mais "verde", pois os motores turbo são bem mais econômicos. Muitas pessoas podem se perguntar: "Então por que os motores turbo não eram utilizados?". Na verdade, os motores turbo foram utilizados pela primeira vez em 1977 pela Renault, com o RS01. O Brasil teve o primeiro campeão da chamada Era Turbo, em 1983, com Nelson Piquet e também o último, com Ayrton Senna, em 1988. Os motores turbo tinham um potência bem maior em relação aos aspirados, porém eles eram muito difíceis de guiar em razão dessa imensa potência e também por ser mais imprevisível, causando muitos acidentes. A morte do italiano Elio De Angelis foi o marco final na Era Turbo em 1988. De lá pra cá apenas os motores aspirados foram utilizados. Porém, com os avanços tecnológicos, os motores turbo voltarão às pistas depois de 26 anos, dessa vez sem oferecer riscos à segurança dos pilotos.

Em relação à diminuição da altura dos bicos, a explicação é que em uma batida frontal, o bico mais alto poderia atingir o capacete dos pilotos e causar sérios danos na cabeça. Outra explicação para o rebaixamento do bico é evitar com que os carros se transformem em aviões a saiam decolando literalmente pela pista como aconteceu com Mark Webber em 2010:                                                                                                         
Essa modificação nos bicos gerou um imenso rebuliço por grande parte dos fãs, que acharam o design dos carros extremamente feio. Isso ocorre porque, com a diminuição dos bicos, os carros perdem downforce, prejudicando a aerodinâmica. Para solucionar esse problema no fluxo de ar, os engenheiros criaram uma projeção na ponta dos bicos que desagradou, e muito os fãs de F-1:



                                       

Ferrari e Mercedes foram as exceções e não compartilharam dessa ideia, ao contrário da maioria das equipes, que adotaram esse "nariz" na ponta do bico. Se por um lado os carros ficaram mais feios, por outro lado podemos esperar um campeonato mais equilibrado e emocionante diante das novidades no regulamento desse ano, ao invés das corridas sonolentas das últimas temporadas, onde Sebastian Vettel vencia sem o mínimo esforço.