terça-feira, 4 de outubro de 2016

Após acidente na Malásia, Vettel precisa de tranquilidade e sorte para recuperar boa fase no Japão

   Sebastian Vettel tem tido uma vida difícil nessa segunda parte da temporada. O acidente que envolveu Max Verstappen e quase acabou com a corrida de Nico Rosberg mostra uma afobação de quem se vê acuado pelo mau momento de sua equipe. Os italianos perderam o segundo lugar no campeonato de construtores para a Red Bull e quem apostava em uma Ferrari fazendo frente à Mercedes neste ano, teve uma grande decepção. Os austríacos estão em constante crescimento e ocupam esse papel de colocar pressão nos alemães. 



    Vettel acerta Rosberg na largada do GP da Malásia. Foto: AP

   
   
   Os pódios da primeira metade da temporada estão cada vez mais escassos para Vettel e seu companheiros de equipe, Kimi Raikkonen. Nas últimas oito etapas, os ferraristas subiram ao pódio apenas duas vezes, com os terceiros lugares de Raikkonen e Vettel, na Áustria e Itália respectivamente. No mesmo espaço de tempo, a Red Bull conquistou nove pódios, dentre eles, a dobradinha feita na última etapa no GP da Malásia, com vitória de Daniel Ricciardo. Já são 46 pontos de diferença entre ferraristas e taurinos (359 contra 313). Ocupando a quinta posição na tabela de pilotos com 153 pontos, Vettel está atrás de Raikkonen, que possui 160, e vê pelo retrovisor a chegada de Max Verstappen, que soma 147. 

   A falta de sorte também tem acompanhado o tetracampeão nesta temporada. No Bahrein, um problema no motor na volta de aquecimento impediu que a Ferrari #5 alinhasse no grid de largada. Na Rússia, uma pancada de Daniil Kvyat, ainda pilotando pelos energéticos, deu fim à prova do alemão logo no início. Já na Áustria, o pneu traseiro direito estourou na reta principal do circuito. Em 2015, Vettel só não completou o GP do México por conta de uma batida na volta 52. Ano passado, após 16 etapas, o tedesco já tinha 251 pontos e três vitórias.
   
   O momento atual não é nada satisfatório em virtude do desempenho discreto do SF16-H. Para voltar a conquistar bons resultados, o que se espera são atuações como a que foi vista no GP de Singapura, em que o alemão largou de 22º por conta da troca de câmbio e motor, fazendo uma brilhante corrida de recuperação, terminando em quinto e sendo eleito o piloto do dia pelos fãs no site oficial da Fórmula 1. 

  Alemão busca voltar a marcar bons pontos depois de batida na última etapa. Foto: Andrej Isakovic/AFP/Tetty Images

   

   Não fosse o acidente em Sepang, Vettel poderia ter brigado pela vitória com as Red Bull, e no mínimo, ter garantido mais um pódio no circuito malaio (até agora são seis). O alemão precisa retomar a grande fase que viveu na temporada passada para tentar, pelo menos, uma vitória nas seis etapas que restam da temporada. A primeira oportunidade para isso será o GP do Japão, em Suzuka, nesse domingo às 2h. Para isso, é preciso se concentrar em fazer o melhor, ter calma e contar com a sorte. Sem afobação, Seb.

domingo, 2 de outubro de 2016

Momento de incertezas para Williams e Bottas

A temporada 2016 está chegando ao fim e vários pilotos estão decidindo os rumos de suas carreiras para o próximo ano. De saída estão Jenson Button - que vai tirar um ano sabático - e Felipe Massa, que dará adeus à Fórmula 1. Com a aposentadoria de Massa, o recém-campeão da Fórmula 3 Europeia, o jovem canadense Lance Stroll, deve assumir o posto de titular da Williams. A outra vaga ainda está em aberto pois a renovação de Valtteri Bottas ainda não foi confirmada de forma oficial, apesar de alguns veículos darem como certa a negociação.

Ao que tudo indica, o finlandês deve permanecer mesmo em Grove, já que não há uma opção mais atrativa do que a equipe britânica. Do mesmo modo, não há nenhum piloto com bagagem dando sopa para assumir o cockpit da Williams. O sonho de consumo era Button, mas ele estará sob contrato com a McLaren, apesar de não alinhar no grid do próximo ano.

                                Bottas ocupa a 7ª posição no Mundial de Pilotos

Nesse cenário, é importante observarmos que o próximo ano será de fundamental importância para o futuro da equipeWilliams. As mudanças no regulamento podem fazer com que a equipe volte a amargar tempos difíceis. Os resultados desta temporada já têm sido muito decepcionantes. Além de não conseguir fazer frente a Ferrari e Red Bull, a Williams vê o quarto lugar no Mundial de Construtores seriamente ameaçado pela Force India - no momento os indianos possuem 124 pontos contra 121 dos ingleses -, que possui uma dupla de pilotos fortíssima e um carro que está em constante desenvolvimento.

Com a saída de Felipe Massa, tudo leva a crer que Valtteri Bottas será o "cara" da Williams no ano que vem. Apesar de sempre ter ficado na frente do brasileiro constantemente nesse período em que foram companheiros de equipe, Bottas não tem a experiência de Massa, algo fundamental em uma fase de mudanças drásticas no regulamento como as que serão feitas. Pneus e asas sofrerão modificações que terão um forte impacto nos carros de 2017. O tempo dirá se Valtteri será capaz de corresponder como líder e alavancar do time no próximo ano.

A Williams precisa abrir o olho se quiser tentar voltar a brigar pelas primeiras posições na próxima temporada. Equipes como Renault, Toro Rosso e McLaren mostram que podem avançar de forma significativa e ameaçar o time de Grove. Valtteri Bottas tem de provar novamente seu talento. O piloto que chamou a atenção das grandes equipes em 2014 está sendo muito prejudicado pelo fraco desempenho do carro deste ano e a situação poderá se agravar ainda mais em 2017 com a "nova Fórmula 1" que está por vir. O sentimento em relação ao futuro é de incógnita, tanto para a Williams quanto para Bottas.

                                          Williams mostra desempenho bem abaixo em relação aos últimos dois anos

sábado, 9 de abril de 2016

Pé no freio!


É inegável a grande transformação pela qual passou a Williams com o início da nova “Era Turbo” da Fórmula-1.  Em 2013 a equipe marcou apenas cinco pontos durante toda a temporada e amargou a nona colocação no campeonato de construtores, terminando na frente apenas das nanicas Caterham e Marussia.

Com a inserção dos motores turbo no lugar dos aspirados e uma faxina geral no quadro de funcionários, a Williams deu um salto gigantesco de performance, conquistou pódios com certa regularidade e terminou as últimas duas temporadas na terceira colocação da tabela. Contando com a forte unidade de potência desenvolvida pela Mercedes, o time liderado por Pat Symonds voltou a lutar pelas primeiras posições nas corridas.

No entanto, ficou claro desde 2014, o primeiro ano dessa nova fase na história da Williams, que o carro tinha problemas na parte aerodinâmica. O carro sofria muito nas pistas de baixa velocidade, em situações de asfalto molhado então, era um desastre total. Hoje fica mais claro que a esquadra de Grove não conseguiu acompanhar o desenvolvimento de equipes como Red Bull, Ferrari e até Toro Rosso. O motor da fabricante alemã já não faz tanta diferença assim e as equipes do escalão intermediário já estão incomodando.

A palavra que resume o atual momento da Williams é decepção. Esperava-se que os ingleses pelo menos encostassem um pouco no ritmo da Ferrari, mas o que se está vendo é um retrocesso. Tanto é que o próprio diretor da equipe, Rob Smedley, admite que esperava mais nesse começo de temporada. “Foi desapontador, já que não estamos nem perto de onde deveríamos estar. Temos muito trabalho pela frente e precisamos levantar a cabeça para enfrentar esse desafio”.

Foram disputadas apenas duas corridas nessa temporada, mas esse início de campeonato indica que uma vitória para a equipe inglesa é um sonho muito difícil de ser conquistado, mais do que nos últimos dois anos. O finlandês Valtteri Bottas mostra certa descrença em um triunfo nesse ano. “Não quero dizer que é impossível (vencer), mas neste momento é muito difícil. Enquanto a temporada se desenrola, vamos ver como a gente se desenvolve e o quão próximo podemos chegar”.

E não foram apenas as deficiências do carro em si que complicaram a vida da equipe. Os pit stops  eram lentos demais e prejudicaram os pilotos em muitos momentos. A equipe diagnosticou o problema e o solucionou. A razão da demora nas paradas era o cubo das rodas, que dilatava com o calor e dificultava o encaixe da pistola. No GP da Austrália desse ano, no entanto, a Williams fez o pit stop mais rápido da corrida, em 2.35 segundos. Mas os perrengues fora da pista não param por aí.

A tomada de decisões do time em relação às estratégias talvez seja a maior fraqueza da equipe nessas últimas temporadas. A escolha da estratégia de pneus no GP do Bahrein fez com que Felipe Massa passasse por uma situação que chegou a ser patética, sendo ultrapassado com enorme facilidade. O piloto brasileiro chegou a estar na segunda colocação no começo da corrida e terminou apenas em nono lugar. Simplesmente não fazia o menor sentido andar com os pneus mais lentos durante quase todo o tempo apenas para fazer uma parada a menos. Ainda mais se tratando de um circuito extremamente veloz como o de Sakhir.

Com a nova regra dando mais liberdade para os pilotos escolherem os pneus que irão utilizar durante o final de semana, aqueles que contarem com uma boa estratégia irão largar na frente. Mas quem errar na mão levará um grande prejuízo, como vimos acontecer com a Williams na última corrida.

Se a equipe inglesa quiser voltar a brigar com constância na ponta do grid, será necessário melhorar a eficiência aerodinâmica do carro e o plano estratégico das corridas. Imaginava-se antes do início da temporada que a escuderia de Frank Williams pudesse incomodar a Ferrari e até mesmo a Mercedes em algumas ocasiões, mas parece que a equipe parou no tempo. E para piorar a situação, quem antes estava andando atrás está avançando a todo vapor.


sexta-feira, 1 de abril de 2016

O adeus do samurai?



Muito se falou sobre uma nova hegemonia da McLaren após o anúncio da parceria com a Honda. As imagens das vitórias de Senna e Prost com o carro vermelho e branco voltaram no imaginário do universo da Fórmula-1. Mas o que se viu no ano passado foi algo bem diferente de troféus e glórias para a equipe de Woking. Apesar de ter demonstrado melhoras significativas, não dá para esperar muita da McLaren esse ano também.

A grande pergunta a ser feita neste momento é quando a equipe terá condições de voltar a brigar por vitórias e disputar títulos. E não tem ninguém mais interessado na resposta pra essa pergunta do que Fernando Alonso. O espanhol deixou a Ferrari no final de 2014 em busca de um carro que pudesse lhe dar condições para alcançar o tão sonhado tricampeonato. Que o asturiano é apaixonado pelo que faz e possui um talento gigantesco, não há dúvidas. Porém, até quando ele irá esperar pelo salto de qualidade da McLaren-Honda?

Com 34 anos de idade e dois acidentes graves nos últimos dois anos, não seria espantoso se Alonso decidisse fazer as malas e se despedir da Fórmula-1. Talvez o grande fator que pode contribuir para a permanência do espanhol na categoria seja as mudanças no regulamento em 2017, que poderão dar uma mexida no atual cenário de força das equipes.

Apesar de declarar em diversas ocasiões que acredita plenamente no sucesso do projeto McLaren-Honda e dizer que sua escuderia é a única capaz de bater a Mercedes, Alonso parece estar cansado de nadar a duras braçadas e morrer na praia. Pode ser que esse projeto dê muito certo, mas não há sinal algum que isso irá ocorrer tão cedo.

É uma lástima muito grande ver um piloto com o talento que possui Fernando Alonso brigar por posições no meio do pelotão quando poderia muito bem estar disputando títulos com uma equipe de ponta. Mas vale ressaltar que a decisão de romper com a Ferrari partiu do espanhol, escolha essa que se mostra errônea até o momento, haja visto o desempenhos dos italianos na última temporada e o perrengue que os ingleses estão enfrentando.

Gostaria muito de saber o está se passando na cabeça de Fernando Alonso nessa altura do campeonato. Será que o bicampeão já se cansou de lutar e está deixando o campo de batalha em que venceu várias guerras ou esse aparente conformismo é apenas a tranquilidade de saber que sua hora irá chegar?